A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3.200 a.C. (unificação do norte e sul) a 30 a.C. (domínio romano).

A importância do rio Nilo para os egípcios

Como a região é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura.

As principais características do Egito Antigo são:

1 – Sociedade

A sociedade egípcia era estamental, ou seja, estava dividida em várias camadas (estamentos), sendo que o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.

A posição que cada egípcio possuía na sociedade era determinada pelo nascimento, ou seja, havia o critério da hereditariedade no Egito Antigo. Por isso, era muito raro ocorrer mudanças de camadas sociais. Um artesão, por exemplo, jamais conseguiria fazer parte da nobreza. Da mesma forma, seria impossível um integrante da nobreza ir para uma camada social inferior.

Estátua do faraó Quéfren

Estátua do faraó Quéfren

2 – Escrita hieroglífica e demótica

A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de ideias, comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas principais de escrita: a escrita demótica (mais simplificada e usada para assuntos do cotidiano) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamado papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para registrar os textos.  

Os hieróglifos egípcios foram decifrados, na primeira metade do século XIX, pelo linguista e egiptólogo francês Champollion, através da Pedra de Roseta.

Pedra de Roseta – Hieróglifos: a escrita egípcia

3 – Economia

A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura. Esta era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, diques).  

4 – Religião e a crença na vida após a morte 

A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía seu deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.

5 – Mumificação 

Como acreditavam na vida após a morte, os egípcios mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição).

Múmia de Tutankhamon

6 – Ciências

A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.

7 – Arquitetura egípcia 

No campo da arquitetura, podemos destacar a construção de templos, palácios e pirâmides. Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós. Muitas destas construções foram erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando mão de obra escrava. As pirâmides, a esfinge de Gizé e o templo de Ramsés II (em Abu Simbel) são as construções mais conhecidas do Egito Antigo.

Esfinge e pirâmide de Gizé (ao fundo): exemplos da arquitetura egípcia antiga.


Fatos históricos importantes do Egito Antigo:

– Por volta de 3100 a.C., o faraó Menés I fundou a Primeira Dinastia egípcia, após unificar as diversas culturas do Nilo (Alto e Baixo Egito).

– Por volta de 2500 a.C., os egípcios começaram a usar os papiros para produzir registros de diversas naturezas.

– Por volta de 1580 a.C., deu-se o início da escrita do Livro dos Mortos (escritos religiosos e místicos) em papiros. Estes, eram colocados junto às múmias nos sarcófagos, que ficavam dentro das pirâmides.

– Por volta de 1260 a.C., foram construídos dois grandes e imponente templos, localizados em Abu Simbel (sul do Egito). Um em homenagem ao faraó Ramsés II e o outro a sua esposa Nefertari. O Templo de Ramsés é, atualmente, um importante complexo arqueológico e Patrimônio Mundial da UNESCO.

– No século XIV a.C., o faraó Aquenáton (Amenófis IV) e sua esposa Nefertiti abandonaram o politeísmo e implantam o monoteísmo, através da adoração de um único deus: Aton. Porém, o politeísmo voltou após a morte deste faraó.

– Em 670 a.C., o Egito Antigo foi dominado pelos assírios (povo mesopotâmico). Já em 525 a.C. foi a vez dos persas dominarem os egípcios. Os gregos conquistaram o Egito em 332 a.C. e os romanos em 30 a.C.

– A cidade de Jerusalém foi conquistada pelos egípcios durante o Novo Império.

– A cidade de Tebas foi a capital do Egito durante o Médio Império. Já no Antigo Império a capital foi Mênfis.


Os períodos da história egípcia são:

-Antigo Império: de 3.200 a.C. até 2.100 a.C.

-Médio Império: de 2.100 a.C. até 1.580 a.C.

-Novo Império: de 1.580 a.C. até 715 a.C.


Curiosidades históricas:

– O ramo da História que estuda o Egito Antigo é conhecido como Egiptologia.

– Os nomos foram as primeiras tribos da população egípcia, ou seja, uma espécie de divisão territorial. Essa palavra é de origem grega e significa “distrito, governo, região”.


Síntese sobre a civilização Egípcia:

– Período: 3.200 a.C. a 30 a.C.- Localização: região nordeste da África (no vale do Rio Nilo).

– Economia: agricultura (principal), comércio, pecuária e artesanato.

– Sociedade: sem mobilidade e estratificada. Existência de escravidão (inimigos aprisionados em guerras).

– Política: teocracia com poderes concentrados nas mãos do faraó. Poder transmitido de forma hereditária (pai para filho).

– Religião: politeísta (crença em vários deuses), crença na vida após a morte e mumificação e culto aos mortos.

– Arquitetura: pirâmides e templos.

– Escrita: hieroglífica (em papiro).

Pintura de um camponês egípcio arando a terra

Camponês egípcio arando a terra: agricultura era a principal atividade econômica no Egito Antigo.



Créditos: Jeferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo – USP (1994).


Até mais!

Equipe Tête-à-Tête