Em ti o meu olhar fez-se alvorada,
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho,
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho.
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada,
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho.
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci…
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei, se te perdi…
…
Florbela Espanca (1894-1930)
Até mais!
Equipe Tête-à-Tête
Deixe uma resposta