Ouvindo soar o apito, numa manhã de verão
Tentei alcançar o trem, avisar-te, tudo em vão.
Talvez desacreditando que eram favas contadas
No meio da correria, pegaste a mala trocada.
A minha, repleta de mim, levaste na tua partida
A tua, repleta de pó, aqui ficou esquecida.
Que faço eu com tua mala, que ficou abandonada?
A minha cheia era leve, já a tua é tão pesada!
Que justiça seja feita, mas que não seja tardia
Pois levando a mala cheia não deixaste uma vazia?
Só me resta então rogar, ao juiz grandioso e belo
Que carrega em suas mãos a balança desta vida:
Traga de volta o trenzinho, e aceite este libelo.
Me ouvindo ele diria, voz troante qual trovão
Eu ordeno que retornes de volta para a estação.
E neste dia feliz, ao resolver o conflito
Minha verdadeira intenção, a qual não teria dito
Teria o juiz compreendido, proferindo o veredito:
O condeno, por amor, a nesta vida ficar
Mas devolva a mala ao dono, que irá no teu lugar.
…
Em memória do meu amado pai, João Guilherme Teixeira.
Benhur Debastiani Teixeira
Até mais!
Equipe Tête-à-Tête
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