Berços de espécies vegetais de todo o planeta, os parques e jardins botânicos são cartões postais que impressionam por sua biodiversidade e por seus incríveis projetos paisagísticos. Selecionamos os 10 jardins mais belos do mundo

por Bruno Segadilha | fotos Shutterstock


Jardim Botânico de CuritibaBrasil

Impossível pensar em Curitiba e não se lembrar da majestosa estufa de ferro e vidro que se tornou símbolo da cidade. Inspirada no Palácio de Cristal de Londres, ela possui três abóbadas construídas no estilo art nouveau, ocupa um espaço de 458 m² e abriga várias espécies de plantas tropicais. Do lado de fora da construção, tapetes de flores impressionam pela beleza e por formar figuras geométricas, uma influência dos jardins franceses. Outro destaque é a escultura Amor Materno, do artista polonês João Zaco Paraná (1884-1961). Nos Jardim das Sensações, espaço delimitado por cerca viva, os visitantes passeiam de olhos vendados e são levados a experimentar diferentes formas, texturas e aromas. Inaugurado em 1991, o parque conta ainda com o Museu Botânico e com o Espaço Cultural Frans Krajcberg.


Butchart GardensCanadá

Em 1906, a canadense Jennie Butchart, esposa do empresário Robert Buchart, começou a se incomodar com os depósitos de calcário que cresciam em volta da propriedade do casal, graças à fábrica de cimento do marido. Para dar um jeito na situação, ela arregaçou as mangas e decidiu transferir a camada superficial do solo e substituí-la por terra fértil e plantas. Começou com um jardim japonês, concebido com a ajuda do designer Isaburo Kishida. Depois, quando a pedreira se esgotou, Jennie convenceu Robert a transformar o lugar inteiro em um jardim de sunken, que é composto por diferentes níveis ou terraços. Não demorou para que o parque, localizado em Brentwood Bay, na província Colúmbia Britânica, no Canadá, ficasse famoso e atraísse visitantes do mundo inteiro. Ao todo são mais de 700 espécies e um milhão de plantas, divididos em cinco áreas: Jardim de Rosas, Lagoa da Estrela, Jardim Japonês, Jardim Submerso e Jardim Italiano, além do Pavilhão Infantil que abriga um carrossel. 


Jardins de MonetFrança

Um dos principais nome do impressionismo no mundo, Claude Monet (1840-1926)  ficou famoso por retratar em suas telas o efeito da luz nos objetos e na natureza. Boa parte das pinturas tinham como tema a área externa de sua propriedade, em Giverny, vila a 75 quilômetros de Paris. Diante da famosa casa, que tem as paredes rosadas e as janelas pintadas de verde, ele plantou várias espécies de flores, árvores e plantas ornamentais, criando dois jardins: o da Normandia e o  d´Água, inspiração para vários de seus trabalhos. Ali, Monet pintou mais de 270 telas em um intervalo de 20 anos, retratando quase sempre as paisagens que via em seu quintal. A famosa ponte japonesa, por exemplo, foi retratada 45 vezes, com diversas luzes e cenários naturais. Não à toa, o lugar é um dos lugares mais visitados pelos turistas que vão à França e querem conhecer de perto os cenários que se transformaram em tela.


Las PozasMéxico

Um dos principais colecionadores de arte surrealista do mundo, o escritor britânico Edward James (1907-1984) ficou encantado com o que viu quando chegou à cidade de Xitila, no México. Apaixonado pela paisagem natural, decidiu construir, com a ajuda do arquiteto mexicano Plutarco Gastélum, um jardim de esculturas que parece desafiar a lógica e as leis da arquitetura. Pavilhões com níveis indeterminados, arcos góticos, escadas em espiral e esculturas como uma banheira em formato de olho misturam-se à vegetação formando uma paisagem onírica. Uma espécie de cidade abandonada e desconhecia que apresenta uma nova faceta a cada visita. Propriedade particular, o lugar foi aberto à visitação depois da morte de James, em 1984 atrai milhares de visitantes todos os anos.


Jardins de VersaillesFrança

Apaixonado por plantas, Luis XIV, rei da França entre 1643 e 1715, gostava de impressionar os visitantes do Palácio de Versailles com seus suntuosos jardins. Criados por André Le Nôtre, eles são um exemplo da arte da simetria e encantam com suas perfeitas formas geométricas. Transformar o imenso terreno pantanoso em obras de arte naturais foi uma tarefa e tanto. O trabalho durou cerca de 40 anos e contou com a ajuda de profissionais importantes da época como Jean-Baptiste Colbert, gerente do projeto, Charles Le Brun, responsável pelas fontes e estátuas e Jules Hardouin-Mansart, que construiu a famosa orangerie, estrutura em forma de arco que abriga diversas espécies vegetais. É de Mansart o Bosque das Colunas, com 32 arcos esculpidos em mármore, uma das áreas mais famosas do lugar.


El RosedalArgentina

Inaugurado em novembro de 1914, o jardim faz parte do complexo do Parque Três de Fevereiro, no bairro de Pallermo, em Buenos Aires. Tem mais de 18 mil roseiras e um lago ao seu redor, formando um cenário cheio de cor. O roseiral ocupa o espaço que pertencia à chácara de Juan Manuel de Rosas, um dos políticos e militares mais importantes da história argentina. Derrotado na Batalha de Caseros, em 1852, ele deixou o lugar dando espaço para a obra do argentino Carlos Thays, o mesmo que concebeu o Parque Avellaneda, o Jardim Botânico e o Parque Lezama. Todo mês de julho, época da poda, os visitantes recebem flores dos jardineiros que cuidam dos canteiros.


VolksgartenÁustria

Conhecido como Jardim do Povo, faz parte do Palácio de Hofburg, em Viena, e foi projetado pelo paisagista ajustríaco Ludwig Remy em 1821. O parque foi construído sobre as fortificações da cidade que foram destruídas por Napoleão em 1809 e aberto ao público em 1823. O lugar conta com templos, monumentos e um grande jardim de rosas, com mais de 3 mil roseiras. No final da primavera, elas formam um mosaico cheio de cores que fez desse um dos pontos mais famosos do país. Entre as construções históricas estão o Theseus Temple, réplica em pequena escala do Templo de Hefesto em Atenas concluída em 1821. Outro destaque é o café Cortisches, construção de 1823 onde se apresentaram os compositores românticos austríacos Johann Strauss I e Joseph Lanner.


Jardim Botânico do Rio de JaneiroBrasil

Quando chegou ao Brasil, em 1808, Dom João VI, então príncipe regente do Brasil, percebeu que era preciso criar um espaço na capital para aclimatar novas espécies vegetais e cultivar novos produtos. Em junho de 1808, ele inaugurava o jardim botânico que hoje abriga cerca de 7,5 mil plantas pertencentes a 2.750 espécies, sendo 850 exclusivas dali. Os visitantes podem passear a pé ou de carro elétrico pelas aleias e conhecer as estufas de orquídeas, bromélias, samambaias e plantas insetívoras, além das áreas e coleções temáticas, como o Jardim Japonês, criado em 1935 a partir da doação de 65 exemplares de plantas típicas japonesas. Um dos símbolos do lugar, a alameda de palmeiras imperiais, que fica logo na entrada, é um dos pontos mais fotografados do Rio. Suas árvores têm mais de 200 anos e atingem quase 40 metros de altura. Uma visão realmente impressionante.


KenrokuenJapão

Em japonês, Kenrokuen significa jardim com seis características, a saber: antiguidade, canais de água, amplitude, panoramas, reclusão e arte. Pode parecer algo simples, mas pouquíssimos jardins no mundo conseguem unir esses seis elementos. Criado ao longo de séculos pela família Maeda, uma das mais poderosas do Japão no período feudal, o parque fica na cidade de Kanazawa, a cerca de 400 quilômetros de Tóquio. Na primavera, as ameixeiras, cerejeiras e azaleias dão um espetáculo de cores durante a floração. No inverno, os pinheiros ganham aparência de guarda-chuvas com cordas penduradas  do topo até os galhos mais baixos. Essa intervenção, conhecida como yukizuri, serve para evitar que as árvores se quebrem com as fortes tempestades e permanece ali entre novembro e março.


Royal Botanic GardensInglaterra

Eleito patrimônio mundial pela Unesco em 2003 o jardim botânico da realeza britânica fica no distrito de Kew, a 30 minutos do Centro de Londres. Trata-se de um enorme complexo de jardins, arvoredos e estufas dividido em áreas temáticas. Tão grande que a direção do parque disponibiliza trenzinhos para que os visitantes possam percorrer seus cerca de 1 milhão de metros quadrados e apreciar as mais de 27 mil espécies. Entre os símbolos do lugar estão a Palm House, construção de ferro da era vitoriana que abriga palmeiras de todo mundo, e a Temperate House, estufa de 5 mil m² onde vivem plantas da África, Austrália, Nova Zelândia, Ásia e do Pacífico. Já no Princess of Wales Conservatory, espaço inaugurado pela princesa Diana em 1987, foram recriadas zonas climáticas diferentes, onde plantas carnívoras e orquídeas convivem com espécies dos climas mais áridos do planeta.

Fonte:revistaazul


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Equipe Tête-à-Tête

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