Como conclui Maritain[1] (MARITAIN, Jacques. Elementos de Filosofia I: introdução geral à filosofia. Traduzido por Ilza das Neves e Heloísa de Oliveira Penteado. 18. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998),

A Filosofia é o conhecimento científico que pela luz natural da razão considera as causas primeiras ou as razões mais elevadas das coisas; ou ainda: o conhecimento científico das coisas pelas primeiras causas, na medida em que estas se referem à ordem natural.

A filosofia de Tomás de Aquino é também conhecida como filosofia do senso comum, pois senso comum

compreende, porém, um núcleo sólido de certezas verdadeiras, em que o filósofo discerne, em primeiro lugar, dados de evidência sensível (por exemplo: os corpos são extensos em comprimento, largura e altura), em segundo lugar, princípios inteligíveis evidentes por si mesmo (como por exemplo, “o todo é maior do que a parte”, “tudo o que acontece tem uma causa”, etc.), em terceiro lugar, conseqüências imediatamente tiradas desses mesmos princípios (conclusões próximas). Essas certezas que brotam espontaneamente em nosso espírito, desde que usemos de nossa razão, sua obra da natureza em nós, o que podemos; pois, denominar um dote de natureza, e dizer que dependem da apreciação natural, ou do consentimento, do instinto, do senso natural da inteligência. Uma vez que derivam da própria natureza do homem, devem encontrar-se em todos os homens, ou melhor, serem comuns a todos os homens. (MARITAIN, 1998, p. 85, grifo do autor).

Na encíclica Fides et Ratio, o papa João Paulo II (2004, p. 9, grifo do autor) fala sobre o senso comum.

É como se nos encontrássemos perante uma filosofia implícita, em virtude da qual cada um sente que possui estes princípios, embora de forma genérica e não refletida. Estes conhecimentos, precisamente porque partilhados em certa medida por todos, deveriam constituir uma espécie de ponto de referência para as diversas escolas filosóficas. Quando a razão consegue intuir e formular os princípios primeiros e universais do ser, e deles deduzir correta e coerentemente conclusões de ordem lógica e deontológica, então pode-se considerar uma razão reta, ou, como era chamada pelos antigos, orthòs logosrecta ratio.


[1] Filósofo francês que repropõe o tomismo para resolver problemas atuais. A filosofia de Jacques Maritain (1882-1973) é um “tomismo aberto e progressivo”. (CAMPOS, 1989, p. 94). É um dos mais conhecidos filósofos da contemporaneidade, e trata de assuntos muito diversos, como pedagogia, arte, política, e outros, dentro da perspectiva realista.

Fonte:teologiaecorpo


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Equipe Tête-à-Tête

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