HARAGANEAR, v. Andar solto o animal por muito tempo, sem prestar serviço algum, tornando-se arisco. || Em sentido figurado, aplica-se às pessoas, significando vadiar, gauderiar, vagabundear, andar sem ocupação, passear de um lado para outro sem procurar serviço.

HARAGANO, adj. Diz-se do cavalo que por haver estado durante muito tempo sem prestar serviço, tornou-se arisco, espantadiço. || Em sentido figurado mandrião, velhaco, vagabundo, vadio, ocioso, preguiçoso, esperto, vivaracho, matreiro. Também harangano.

HECHOR, s. Asno ou burro que serve de garanhão para fecundar as éguas, a fim de promover a hibridação de que resulta o gado muar, isto é, as mulas. O mesmo que burro-choro. (Origina-se do vocábulo castelhano antiquado, e significa fazedor).

HUASO, s. Ou guazo, homem cavaleiro do Chile, o equivalente chileno do gaúcho, com o qual tem muitos pontos comuns.

HOM!, interj. Hum!

HOSPE, s. Corruptela de hóspede.


IBICUÍ, s. Afluente do rio Uruguai que nasce no município de Santa Maria, banha São Gabriel, Rosário, Alegrete e Uruguaiana, à esquerda, e São Pedro, São Vicente, São Francisco de Assis e Itaqui à direita.

IBIROCAI, s. Arroio, afluente do Ibicuí, da margem esquerda, fica entre os municípios de Alegrete e Uruguaiana.

ILHAPA, s. A parte mais grossa do laço, presa à argola, tendo de quatro a cinco palmos de comprimento, feita separadamente do corpo do laço e a ele ligada por uma trama especial feita com os próprios tentos. IMBIRA, s. Arbusto de cuja casca se preparam cordas. Var.: embira.

INCHUME, s. Inchaço, inchação, calombo, tumor.

INDIADA, s. Grupo de gaúchos, gauchada. Peonada. Agrupamento de homens. Os próprios gaúchos tratam-se entre si, amistosamente, de “índios”.

ÍNDIO, s. Homem do campo; gaúcho (patrão ou peão de estância). || Indivíduo valente, bravo, bem-disposto, destemido.

INHAPA, s. (Do quíchua yapa) Vantagem. O que se ganha além do esperado ou do combinado.

INHÉ, s. Onomatopeia, designativa da voz dos sapos e das rãs.

INTÉ, prep. Até. Significa, também, “até logo”, “até outra vista”.

INTEIRO, adj. Diz-se do animal não castrado; pastor, colhudo. || Diz-se também de um animal que, após uma viagem ou trabalhos prolongados, ainda está na plenitude de suas forças.

INVERNADA, s. Grande extensão de campo, cercado, onde se guardam animais cavalares, muares ou bovinos. Nas estâncias, geralmente, há diversas invernadas que servem para diversas atividades, como para engordar, para criar, para cruzamento de raças.

INVITE, s. Convite. Convite para jogar. || Oferecimento de uma coisa.

IRAPUÁ, s. Abelha silvestre agressiva, que produz mel vermelho de gosto forte e desagradável.

ISCA, s. Mecha feita de pedaços de pano de algodão meio queimados e usada nos antigos isqueiros de guampa ou porongo, e que é acesa com as faíscas geradas pelo atrito entre o fuzil e a pederneira (pedra-de-fogo).

ISQUEIRO, s. Pequeno aparelho alimentado com combustível inflamável, como gasolina, fluido ou gás, utilizado para acender o cigarro e para outros fins; acendedor.

ISQUEIRO DE GUAMPA, s. Pequeno recipiente de guampa ou de porongo dentro do qual é colocada a isca, que se acende com as faíscas geradas pelo atrito entre o fuzil e a pederneira (pedra-de-fogo). O fuzil é, geralmente, um pedaço de lima.

IXE!, interj. Indica desdém ou ironia. 


JACU, s. Denominação comum a várias aves galiformes, frequente nas matas primitivas do Brasil. || adj. Meretriz. || Também sujeito boçal e/ou desajeitado; tanso, tolo, bobo, tonto.

JACUSEDO, s. Conjunto de jacus (aves, homens ou mulheres).

JACUBA, s. Bebida-pirão que se prepara com água quente, farinha de mandioca e açúcar. Às vezes, a água é substituída por cachaça ou leite e o açúcar por mel.

JAGUANÉ, adj. Diz-se do animal que tem o fio do lombo e a barriga brancos e o lado das costelas vermelho ou preto, donde o jaguané-vermelho e o jaguané-preto.

JAGUARA, s. Cão ordinário. || Pessoa imprestável.

JAGUATIRICA, s. Carnívoro felídeo, também chamado maracajá e gato-do-mato-grande.

JANTAROLA, s. Jantarão, jantar, opíparo, banquete.

JARARACA, s. Nome de uma das mais venenosas cobras do Rio Grande do Sul (Botropus jararacae). || Mulher feia, faladeira, intrigante.

JARDINEIRA, s. Carro de quatro rodas, puxado por cavalos, muito usado nas estâncias. || Antiga dança, figurada e cantada, de pares soltos, carregando pares de flores.

JATAÍ, s. Espécie de abelha amarela, que faz um mel muito doce.

JERIVÁ, s. Jeribá. Espécie de palmeira de grande porte, que dá um coquinho amarelo e doce, existente em diversos pontos do RS.

JOANINHA, s. Jacundá. || Alfinete de segurança.

JETA, s. Azar, má sorte.

JIRAU, s. Sótão. || Local destinado a guardar produtos agropecuários ou utensílios, construído sobre as linhas das casas ou galpões. Estrado de varas brutas, destinado a receber produtos da lavoura ou da pecuária.

JOGO DO OSSO, s. Jogo muito usado na fronteira, principalmente pela baixa camada social. Consiste no arremesso de um osso de garrão de vacum, chamado taba ou tava, sobre uma cancha plana, de chão nem muito duro, nem muito mole. Se o osso cai com lado arredondado para baixo é culo, e perde quem arremessou. Se fica para baixo o lado chato do osso é suerte, e ganha quem efetuou o lançamento. Se ficar equilibrado sobre uma das extremidades, ocorre uma clavada. Ao lado da raia fica o depositário da parada, chamado coimeiro, que também é o que tira o barato, para o pulpeiro.

JUJO, s. Erva, em geral medicinal, que se usa em chás caseiros.

JUNTA, s. Parelha de bois mansos que puxam lado a lado.

JURURU, adj. Cabisbaixo, tristonho, abatido, melancólico, pensativo.

Continua…

Fonte:colafinaecascagrossa


Até mais!

Equipe Tête-à-Tête

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