MACAIO, s. Fumo de má qualidade.
MACANUDO, adj. Bom, superior, poderoso, forte, bonito, prestigioso, inteligente.
MACEGA, s. Arbusto rasteiro que viceja em geral os campos de má qualidade. Pastagem. Capim alto.
MACEGAL, s. Terreno coberto de macegas.
MACETA, adj. Diz-se dos animais cavalares e muares que apresentam os machinhos mais grossos que de ordinário, o que lhes dificulta a marcha.
MACHACÁ, s. Balainho que os negros amarravam aos pés para suas danças, os quais cheios de frutinhas secas serviam de chocalho.
MACHINHOS, s. A parte fina dos pés dos animais cavalares e muares, logo acima dos cascos. (Também é usado no singular).
MACOTA, adj. Grande, alto, poderoso, influente, numeroso, vultoso, macanudo, bom de qualidade, superior em qualquer sentido.
MADURÁZIO, adj. Bastante maduro, idoso.
MÃE-DO-FOGO, s. Grande tição que no fogão do galpão das estâncias conserva o fogo para o dia seguinte. O mesmo que trafungueiro, chico, pai-do-fogo e guarda-fogo.
MAGOTE, s. Pequeno grupo.
MAIORAL, s. O boleeiro da diligência, o capataz da tropa ou da estância.
MAITACA, s. Espécie de papagaio prejudicial às roças e aos pomares.
MALACARA, adj. Animal que tem a testa branca, com uma listra da mesma cor descendo até o focinho.
MALA DE GARUPA, s. Pequeno saco de pano, com abertura longitudinal no centro, que se carrega na parte posterior do lombilho ou serigote, à guisa de alforjes, por baixo dos pelegos.
MALEVA, s. e adj. Bandido, malfeitor, malfazejo, desalmado, perverso, desapiedado, malévolo, mau, genioso, velhaco, cruel, de maus instintos. || Cavalo infiel, que por qualquer coisa corcoveia.
MALEVAÇO, s. e adj. Aumentativo de maleva.
MALMEQUER, s. Planta do campo, da família das Compostas, que dá flores amarelas.
MALOCA, s. Bando de malfeitores, de salteadores, de gente de má vida.
MAL PARADO, expr. Perigoso, difícil, ameaçador.
MALUDO, s. adj. Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com grandes testículos.
MAMANGAVA, s. Espécie de grande vespa, muito venenosa, cuja picada produz dor intensíssima, calafrios e febre.
MAMONA, s. Diz-se de ou a terneira de sobreano que ainda mama.
MANADA, s. Magote de éguas ou burras, ordinariamente de trinta a cinquenta acompanhadas por um garanhão ou um burro-choro, destinadas à reprodução.
MANANCIAL, s. Sumidouro, tremedal, paul, pântano.
MANANTIAL, s. O mesmo que manancial.
MANAPANÇA, s. Espécie de beiju espesso feito de farinha de mandioca e temperado com açúcar e erva-doce.
MANCADA, s. O mesmo que polca mancada. Antiga polca, que se dançava nos bailes do campo e era geralmente acompanhada de uma canção popular.
MANCARRÃO, s. e adj. Cavalo velho, sem valor, quase imprestável. O mesmo que pilungo e matungo. || Cavalo bom.
MANCHADO, adj. Diz-se do pelo do animal vacum ou cavalar que, sobre determinado fundo, apresenta zonas de outra cor.
MANDADO, s. Raio. Forma abreviada de mandado-de-deus.
MANDALETE, s. Pessoa, geralmente menino ou velho, que trabalha nos serviços leves da estância, em geral na transmissão de recados ou ordens. Recadeiro.
MANDA-TUDO, s. Mandachuva, pessoa de grande influência.
MANEADO, adj. Diz-se, em sentido figurado, de pessoa embaraçada, sem iniciativa.
MANEADOR, s. Tira de couro cru bem sovada, de dois dedos de largura por seis braças de comprimento, mais ou menos, que o campeiro conduz no pescoço do animal ou em baixo dos pelegos, para servir de soga durante as paradas em viagem. || adj. Diz-se do que maneia, ou prende o animal com maneia.
MANEAR, v. Prender com maneia ou com qualquer corda.
MANEIA, s. Peça constituída de pedaços de couro, ligados por uma argola, que serve para prender uma à outra as patas do animal, a fim de que este não possa fugir.
MANGA, s. Linha formada de pessoas a pé ou a cavalo para obrigar o gado a passar por determinado ponto ou fazê-lo entrar para a mangueira.
MANGANGÁ, s. O mesmo que mamangava.
MANGUEAR, v. Guiar o gado na travessia de algum rio, flanqueando-o a cavalo ou de canoa. || Conduzir, andando-lhe no flanco, o gado na direção da mangueira, do rodeio, de uma aguada ou do grosso da tropa.
MANGUEIRA, s. Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.
MANICLA, s. A menor das três bolas da boleadeira. É a que se toma na mão para lançar a boleadeira sobre o animal que se deseja apanhar.
MANOTAÇO, s. Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas. || Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa. || fig. Desfeita, afronta.
MANOTEAR, v. Dar manotaços. || Pegar, segurar, agarrar rapidamente qualquer objeto.
MANTA, s. Grande pedaço de carne em forma de manta que se extrai do costilhar, do peito, etc., da rês carneada. Matambre.
MÃO PELADA, s. Guaxinim. Canídeo carnívoro plantígrado (que anda sobre a planta dos pés).
MARAGATOS, s. Revolucionários que enfrentaram o governo rio-grandense em 1893 e 1923, em duas grandes e sangrentas revoluções, sem conseguir a vitória final pelas armas. O nome evoca uma lendária confraria do vale Nilo, antes da invasão berberisca da Espanha, e seu símbolo era a cor vermelha, sobretudo no lenço de pescoço.
MARCA, s. Instrumento de ferro usado pelos estancieiros para marcar seu gado a fim de diferenciá-lo do de outras estâncias.
MARCAÇÃO, s. Ação de marcar os animais de uma estância. Reunião de campeiros para a realização do trabalho de marcar o gado. || Sinal impresso no animal com a marca.
MARCELA, s. O mesmo que macela. Macela do campo; erva medicinal.
MARCHA TROTADA, s. Marcha troteada. Andadura na qual o animal de montaria parece deslocar-se a passo com os membros posteriores, e a trote com os anteriores. É marcha muito apreciada pelo bem-estar e comodidade que proporciona ao cavaleiro.
MARREQUINHA, s. Flor de corticeira.
MASCAR, v. Mastigar.
MATADURA, s. Ferida no lombo do cavalo, proveniente do mau uso dos arreios. O mesmo que mata.
MATAMBRE, s. Carne que recobre o costilhar. Manta. Origina-se do castelhano mata hambre, mata fome, por ser a primeira carne que se pode tirar do bovino abatido.
MATE, s. Infusão de erva-mate (Ilex paraguayensis) preparada em cuia de porongo e sorvida por meio da bomba.
MATE-AMARGO, s. O mesmo que mate-chimarrão. Chimarrão, amargo, verde.
MATEAR, v. Tomar o mate.
MATUNGO, s. Cavalo velho, ruim, imprestável, de pouca categoria. O mesmo que pilungo, sotreta, urucungo, mancarrão. || Cavalo manso. (Muitas vezes o gaúcho se refere assim a um cavalo que admira, unicamente em bem de conversa, para não valorizá-lo demais.) Aplica-se também a pessoas.
MATURRANGO, s. Indivíduo que monta mal a cavalo, que não entende dos trabalhos de campo.
MAULA, adj. Ruim, pusilânime, mau, covarde, tímido, medroso, frouxo, mole, fraco, ordinário, sem préstimo, sem energia.
MECHIFLARIAS, s. Quinquilharias, bugigangas, coisas sem valor.
MECO, s. Pala curto, de lã grosseira.
MEIA-DOBLA, s. Moeda que vale a metade da dobla ou dobra.
MEIA-LUA, s. Sinal com forma de um crescente, localizado na testa de alguns animais.
MEIA-RÉDEA, adj. Diz-se da andadura do cavalo com velocidade maior do que a do galope ordinário, porém menor do que a de carreira. Diz-se, ainda, da viagem apressada, acelerada.
MEIO, s. Meio-real. Cem réis, ou seja, metade do valor da moeda oriental que correspondia a duzentos réis, dois tostões.
MELADO, adj. Diz-se do cavalo que tem o pelo e a pele brancos. Albino.
MEMÓRIA, s. Joia, anel.
MENEAR, v. Dar golpes com a mão. Executar qualquer coisa com as mãos. Manejar.
MIANGO, s. Pequena porção, pedacinho.
MILES, adj. Milhares, grande quantidade.
MILHÃO DE CAMPO, s. Medida de superfície usada na Serra Catarinense. O mesmo que 100 hectares (100 x 10.000m2), ou um milhão de metros quadrados.
MILICAMA, s. Milicada. Grupo de milicos.
MILICO, s. Soldado, militar, policial, miliciano, de qualquer classe ou posto.
MILONGA, s. Espécie de música dolente, crioula, de origem platina, cantada com acompanhamento da guitarra ou violão.
MILONGAGEM, s. Dengue, manha, requebro, pieguice.
MILONGUEIRO, s. e adj. Cantador de milongas. || Manhoso, dengoso, labioso, piegas, jeitoso para enganar os outros.
MINIGÂNCIAS, s. Miudezas, tarecos, bugigangas, quinquilharias, ninharias, restos, coisas sem importância.
MINUANO, s. Indígena dos minuanos, tribo que antigamente habitava o sudoeste do Rio Grande do Sul, relativo aos minuanos. || Vento frio que sopra do Sudoeste, no inverno e, eventualmente, no fim do outono e começo da primavera. Vem dos Andes, passando pela região onde habitavam os índios minuanos, dos quais tomou o nome. O minuano é, quase sempre, indício de bom tempo, pois purifica a atmosfera, dissipa as nuvens, enxuga as estradas, e prenuncia tempo firme e seco. Sua duração é geralmente de três dias.
MIRIM, s. Pequena abelha silvestre da região serrana que fabrica excelente mel com propriedades medicinais. É desprovida de ferrão e faz sua colmeia em ocos de árvores, em cavidades nas paredes das casas e até em buracos no solo. || Nome do mel fabricado pela abelha mirim.
MIRONES, s. Especuladores.
MISSIONEIRO, s. e adj. Indígena das antigas missões jesuíticas. || Habitante da região Missioneira do Estado. || Relativo às missões.
MISTURADA, s. Moça mestiça. Morena, cabocla ou mulata.
MITRADO, adj. Esperto, finório, astucioso, manhoso, sagaz, vivo, atilado.
MIUDAGEM, s. Porção de objetos de pouco valor, de coisas miúdas, de restos de mercadorias que estão em liquidação. || Gado miúdo, em geral gado de cria, terneirada. || Grupo de miúdos, com a significação de meninos, guris, garotos, crianças.
MIÚDO, s. Menino, guri, garoto, criança. || Animal pequeno.
MIXE, adj. Apoucado, enfezado, pequeno, pífio, ruim, pouco desenvolvido, insignificante, ordinário, desprezível, sensaborão, de má qualidade.
MOÇADA, s. Grupo de jovens. Rapaziada.
MOCHO, s. Uma raça de gado bovino, sem chifres ou com os chifres atrofiados. || Rês desprovida de chifres, de qualquer raça.
MOCOTÓ, s. Patas de bovino, sem cascos. O alimento preparado com essas patas.
MOGANGO, s. Fruto do mogangueiro, muito saboroso, que se come cozido ou assado, puro ou com outros alimentos, principalmente com carne ou leite.
MONDONGO DURO DE PELAR, expr. Coisa difícil de fazer.
MONTADO, adj. Diz-se do animal doméstico que se tornou bravio e vive no campo.
MORDAÇA, s. Ver sovador.
MORMAÇO, s. Quentura, calor intenso.
MOROCHA, s. Moça morena, mestiça, mulata, rapariga de campanha.
MORRENTE, s. e adj. Moribundo, que está morrendo.
MORRUDO, adj. Grande, volumoso, corpulento, grosso, bem criado, gordo, avultado, comprido, alto, fora do comum, muito numeroso.
MOSQUEAR, v. Movimentar a cauda (o cavalo) para espantar as moscas que o perseguem, ou quando é açoitado ou esporeado. || Ser passado para trás ou perder uma boa oportunidade; marcar bobeira; vacilar. || Vagabundear.
MOTA, s. Presente que o negociante dá a seu freguês, depois de uma compra. || Presente. || Esmola.
MOURO, adj. Animal de pelo negro salpicado de poucos fios brancos. Cor grisalha.
MUCHACHO, s. Rapaz, moço. || Suporte em que descansa o cabeçalho ou a parte traseira da carreta.
MUÇUM, s. Enguia do Brasil. || Em sentido figurado, pessoa de cor preta, negro.
MULITA, s. Espécie de tatu de pequeno porte, de hábitos diurnos, de carne muito saborosa. Tatuíra.
MUNDÉU, s. Armadilha para apanhar caça. || Traição.
MUNHATA, s. Batata-doce.
MUSSITAR, v. Murmurar, segredar, cochichar.
MUTUCA, s. Mosca grande, de picada dolorosa, que irrita os animais.
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Fonte:colafinaecascagrossa
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Equipe Tête-à-Tête
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