Morrer.Morrer de corpo e de alma.Completamente. Morrer sem deixar o triste despojo da carne,A exangue máscara de cera,Cercada de flores,Que apodrecerão – felizes! – num dia,Banhada de lágrimasNascidas menos da saudade do que do espanto da morte. Morrer sem deixar... Continue lendo →
Eu faço versos como quem choraDe desalento... de desencanto...Fecha o meu livro, se por agoraNão tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quente,Cai, gota a gota, do coração. E... Continue lendo →
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.A alma é que estraga o amor.Só em Deus ela pode encontrar satisfação.Não noutra alma.Só em Deus — ou fora do mundo.As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se... Continue lendo →
A tarde cai, por demaisErma, úmida e silente…A chuva, em gotas glaciais,Chora monotonamente. E enquanto anoitece, vouLendo, sossegado e só,As cartas que meu avôEscrevia a minha avó. Enternecido sorrioDo fervor desses carinhos:É que os conheci velhinhos,Quando o fogo era já... Continue lendo →
Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconseqüenteQue Joana a Louca de... Continue lendo →